Sou um usuário fiel do Chrome desde que me lembro, mas ultimamente tenho sentido uma insatisfação crescente. Há vários motivos para isso, desde preocupações com privacidade até monopolização de recursos e opções limitadas de personalização.
1 – Preocupações com a privacidade do Chrome
O problema de privacidade aqui não é apenas com o Google Chrome; é com o Google em geral. Sem dúvida, o Google faz produtos incríveis e os oferece de graça, seja Maps, Gmail, Docs ou Sheets. Mas por que o Google os oferece de graça em vez de cobrar dos usuários? Isso porque o Google recebe algo muito mais valioso em troca.
Nos bastidores, o Google coleta uma quantidade enorme de informações pessoais em todos os seus produtos. Com esses dados, ele pode criar um perfil abrangente de um usuário e veicular anúncios direcionados a ele.
O mesmo se aplica ao Chrome, que armazena histórico de pesquisa, localização e informações confidenciais. Embora o Google tenha introduzido o Privacy Sandbox em resposta à melhoria da privacidade. Mas esse recurso limita apenas o rastreamento de empresas terceirizadas. O Google ainda pode coletar dados e não vai parar tão cedo.
Além disso, quando fui para a seção de cookies no Chrome, encontrei vários cookies irrelevantes salvos, que pelo menos não eram do site que visitei. Por exemplo, o cookie adnxs foi colocado no meu sistema, que rastreia minha atividade online e exibe anúncios segmentados.
É sinceramente assustador ver anúncios surgindo para coisas que pesquisei na noite anterior. Cada pesquisa, clique e rolagem parece estar alimentando um algoritmo que sabe mais sobre mim do que eu jamais imaginei.
É por isso que mudei completamente para o Safari e o Firefox. Esses navegadores são muito melhores em preservar a privacidade por padrão. O Firefox até me deixa escolher entre os modos de privacidade padrão e estrito, com opções para desabilitar rastreadores de mídia social, rastreamento entre sites por meio de cookies e impressão digital. O Safari é semelhante, com Intelligent Tracking Prevention integrado para impedir que sites rastreiem minha atividade na Internet.
2 – Problemas de desempenho e alto uso de memória
Sem dúvida, o Chrome está entre os navegadores mais rápidos, mas somente se você tiver RAM e CPU suficientes para suportá-lo. Meu PC, que tem 32 GB de RAM, pode executá-lo confortavelmente com várias abas abertas. No entanto, os 8 GB de RAM no meu Intel MacBook Air não são suficientes.
Além disso, o Chrome aumenta o uso da CPU e drena a bateria. Como você pode ver acima, apenas um vídeo do YouTube em execução usa 40% de um único núcleo da minha CPU. E como eu moro em um lugar com clima quente, meu laptop esquenta muito rápido, tornando impossível mantê-lo no meu colo.
O Safari é muito melhor otimizado para meu MacBook Air, colocando significativamente menos esforço na CPU ao transmitir o mesmo vídeo do YouTube. Ele também usa menos RAM e mantém meu laptop relativamente frio.
Se você está se perguntando por que o Chrome consome tantos recursos, a questão se resume a como ele opera por baixo. Para melhor estabilidade, o Chrome executa cada aba e extensão como um processo separado; isso garante que se uma aba travar, as outras não serão afetadas, diferente do Safari, que compartilha recursos entre abas para eficiência.
Outro motivo pelo qual o Chrome usa muita RAM e CPU é seu recurso de pré-renderização. A pré-renderização acelera o tempo de carregamento da página ao prever o site que você pode visitar em seguida e carregá-lo com antecedência. Embora o Safari também use pré-renderização, a otimização rigorosa da Apple faz toda a diferença; ela mantém o uso de recursos sob controle.
3 – O Google Chrome está inchado
Quando o Chrome foi lançado em 2008, ele era leve e projetado para simplicidade e velocidade — quilômetros à frente do Internet Explorer ou qualquer outro navegador disponível na época. No entanto, conforme o Chrome evoluiu, o Google adicionou mais recursos, tornando-o mais complexo e faminto por recursos. Não é tudo no Google; a internet é um lugar muito mais complexo em comparação a mais de uma década atrás.
Tudo o que eu quero é um navegador simples para navegar na web e ler blogs, e o Chrome simplesmente não se encaixa mais nessa descrição. O Chrome já usa recursos significativos. Além disso, há vários recursos dos quais não preciso para minha navegação diária, como screencasts, integração profunda dos Serviços do Google, Google Translation e assim por diante.
As extensões do Chrome são outro fator que contribui para o inchaço. Cada extensão instalada é executada como um processo separado e consome recursos. Além disso, raramente me pego usando uma extensão instalada recentemente na mesma semana e, com o passar do tempo, a lista de extensões não utilizadas aumenta. Eu as removo e as desligo, mas nem sempre é fácil lembrar. A solução alternativa que encontrei é usar o Chrome apenas quando preciso usar uma extensão específica, fechar o navegador e continuar trabalhando no Safari ou Firefox.
4 – Falta de personalizações
Acho o Chrome muito limitado em mudar a aparência da interface do meu navegador. Embora eu pudesse baixar temas da Chrome Store, as mudanças são limitadas principalmente a esquemas de cores e imagens de fundo. Mesmo com extensões do Chrome, não há muito o que fazer. Não consigo mover a barra de endereço ou fazer qualquer tipo de personalização profunda.
Em comparação, o Firefox se destaca por suas capacidades de personalização, especialmente com uma interface fácil de arrastar e soltar para personalização da barra de ferramentas. Eu poderia potencialmente colocar minhas abas abertas na parte inferior ou nas laterais. Ou, se eu quisesse fazer uma busca rápida na Wikipédia, eu poderia facilmente atribuir uma palavra-chave personalizada “@wiki” e então usar a barra de busca para busca direta na Wikipédia.